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Depois de apurados os votos dos portugueses parece que não existe derrotados nem vencedores.
O PSD/CDS-PP ficou na frente mas perde a maioria, na teoria são os mesmos que vão governar, mas na prática e ao contrário do passado, apenas vão governar se os outros partidos assim o quiserem.
O PS que no inicio tinha tudo para ganhar estas legislativas com maioria absoluta, perde pela péssima campanha que fez, pelas sombras do passado, pela arrogância do presente e pela ausência de alternativas para o futuro. Na teoria não ganha, e não tem poder de governar, na prática ganhou um poder enorme em que o PSD/CDS tem de pedir autorização ao PS para governar.
Fico triste quando existe 16 partidos que estão presentes no boletim de voto, mas para os Portugueses apenas existem 2 partidos e mais 3 para para alguns demonstrar o descontentamento, os Portugueses mostraram mais uma vez que são fieis aos mesmos partidos. Mas fico ainda mais triste quando existe 16 partidos e nenhum deles apresenta alternativas sérias nem para governar, nem para discutir assuntos que apesar de ser importantes são sempre esquecidos na assembleia.
Mas o que interessa agora é o resultado final, o PS tem de assumir um acordo com o PSD, até porque se não o fizer, o PS arrisca-se a ficar ainda mais mal na fotografia, se o PS obrigar uma segunda ronda acredito que irá perder e neste caso em tudo.
O país tem aqui uma oportunidade para juntar os recursos dos vários partidos e criar em conjunto um plano de recuperação da economia, para combater o desemprego, melhorar o ensino e a saúde tornados mais eficientes e menos gastadores de recursos.
Vamos ver qual será o primeiro partido a não aguentar a pressão.
Não foi as eleições, não foi fazer frente ao atual governo, o grande desafio do Seguro é e sempre foi conseguir-se manter à frente do PS.
Sempre me questionei da intensão do PS em eleger o Seguro para a frente do partido, será que não foi uma estratégia, se todos sabíamos que iriamos ficar dependentes da troika, que o partido atual iria ficar mal visto pelos portugueses devido à obrigação de austeridade, sabendo que, o Seguro por mais crises politicas que houvesse ( e houve) nunca iria conseguir deitar o governo abaixo, assim, passava os tempos difíceis para depois meter um verdadeiro candidato para as próximas eleições.
Claro que não deve ter sido nada disso, mas se foi, foi muito bem jogado.
De qualquer das formas, iremos ver o que vale o Seguro, se o Passos Coelho aguentou com várias crises politicas, com pressão de partidos, sindicatos... será que Seguro irá aguentar com a uma crise que está apenas no seu partido, sem ter pressões externas a não ser partidárias?
Se o Seguro aguentar a forte concorrência do Sr. Costa, podemos dizer que Seguro é mais forte e capaz do que faz parecer, se não aguentar é porque não tem competências para estar à frente do País..... ( na verdade, o Passos também não tem competências para estar à frente do país, mas que é persistente, isso é)
Os Portugueses pagam um elevado número de impostos, seria de esperar que também tivesse um estado social forte, mas porque é que isso não acontece.
Existe muitos motivos para que isso não acontece, vou apenas falar num deles, que será um dos que têm maior peso.
O problema não é o facto do enorme peso que tem o Estado, o problema é como funciona.
Existe vários modelos:
- Existe os países do Norte em que as pessoas descontam e pagam muitos impostos para o estado e que o estado tem um grande peso. E as coisas funcionam bem, a saúde é gratuita, o ensino é gratuito, praticamente não existe pobreza, a taxa de desemprego é muito baixo, a qualidade de vida é muito superior aos países do Sul.
- Existe outros países em que o peso do estado é menor. Ou seja, existe pouca intervenção do estado social. Mas as coisas também funcionam bem, as pessoas contribuem pouco para o estado, tem grandes rendimentos, a taxa de desemprego é baixa e tem uma boa qualidade de vida.
Nestes dois modelos de sucesso podemos tirar as seguintes conclusões lógicas:
1- Nos países em que as pessoas pagam e contribuem mais recebem muito do estado.
2 -Nos países em que as pessoas pagam e contribuem menos recebem menos do Estado.
O que acontece em Portugal é que nós temos os dois exemplos cima incorporados mas pelas piores razões, em Portugal temos o seguinte modelo:
- As pessoas pagam e contribuem mais e recebem menos do Estado.
Mas se pagamos e contribuimos muito para o estado e recebemos pouco, para onde vai o dinheiro?
Esse é um dos grandes problemas de Portugal. Nos países Nórdicos em que as pessoas pagam e e contribuem muito para o Estado, mas que também recebem muito do Estado não existe corrupção, fraudes, desvios de dinheiro, grupos de interesse.... Prova disso foi o mais recente estudo, em que a Dinamarca foi considerada um dos países menos corruptos e Portugal foi considerado um dos Países mais corruptos da Europa.
O que acontece em Portugal é que os contribuintes estão a pagar grande parte da corrupção ( que é muito elevada), por outras palavras, os contribuintes pagam o pouco estado social que existe e pagam o grande número de corrupção que existe.
Na minha opinião só existe uma de duas saídas.
1- Os contribuintes pagarem e contribuírem muito para o Estado social e terem esse retorno ( através do Estado social). E para isso, só é possível se os contribuintes deixarem de financiar a corrupção, ou seja, acabando com a corrupção.
2- Os contribuintes pagarem e contribuírem menos para o Estado e termos menos retorno. E para isso só é possível se os contribuintes deixarem de financiar a corrupção, ou seja, acabando com a corrupção.
Nos dois casos, é necessário acabar com a corrupção.
O que eu não consigo perceber ( e agora vamos ao titulo) é porque é que os partidos de oposição, os sindicatos, as entidades que defendem os trabalhadores e contribuintes não fazem qualquer pressão ou exigem o fim de um dos maiores problemas de Portugal e sem o qual é impossivel evoluir e dai a minha pergunta: Porque é que os sindicatos e partidos de oposição não exigem um combate à corrupção?
Sendo Portugal um dos países mais corruptos da UE será que os partidos da oposição, sindicatos e outros não fazem nada porque também estão inseridos nessa corrupção?
Esta foi alguns dos comentários que eu já ouvi por ai, há quem diga que os esforços por que estamos agora a passar foi para formar os nossos jovens, pior, já ouvi comentários em que dizem que foi a geração anterior que pagou a minha licenciatura.
Isso não só é mentira como chega a ser estupido. Quanto mais poder-se-á dizer que uma parte do indevidamente foi para pagar a formação dos jovens de agora, contudo, quem vai pagar essa divida vão ser esses mesmos jovens.
Acho que não vale a pena entrar em conflito com as novas gerações ou com as gerações passadas, pois grande parte da nossa divida não foi responsabilidade “nossa”, no sentido que não foi o comum dos cidadãos que tomou as decisões que arruinaram o país. Quanto muito, a responsabilidade é das gerações passadas por aceitar as decisões políticas, mas também será das gerações mais jovens, pois pouco ou nada mudou e não é por isso que as gerações mais jovens (que estão a ser mais castigadas) recusem as politicas atuais.
É sabido que grande parte do endividamento não resultou na melhoria da população (que deveria ser o caso), mas sim em, estradas, parcerias público-privada, corrupção entre muitas outras. Não faz sentido, que Portugal seja um dos países com mais estradas e que seja um dos países que menos trafego tem nas estradas.
O grande problema é a forma como estamos a ser “representados” (ou melhor, quem deveria estar a representar-nos, apenas representa os seus interesses) e a forma como nos tem escondido a situação actual. Veja-se o exemplo da Madeira, em que o Sr presidente da ilha conseguiu manter-se no poder por mais de 33 anos, e como? Fazendo obras injustificadas e principalmente escondendo a divida que tinha.
É necessário que a política mude, não é aceitável que não exista informação disponível para os cidadãos sobre a situação real do país.
Quantos de vós sabem a situação financeira real do vosso município?
Para que serve o orçamento do estado? Se depois existe total possibilidade de não o cumprir, ou de fazer parcerias que contribuem para o endividamento?
E que tal, digo eu, existir um entidade (independente) que regule e que disponibilize de forma clara e acessível a todos os portugueses a situação real do país e avalie o cumprimento do Orçamento de Estado.
Não é por nada, mas desde que me lembre, todos os partidos políticos prometem descer os impostos, aumentar salários, reduzir o desemprego e assim que chegam ao governo fazem exactamente o contrario com a desculpa de que não sabiam a situação que o país se encontrava.
Se eles “não sabem” a situação real em que Portugal se encontra como é que um comum cidadão poderá saber para tomar a decisão em quem votar.
Como é que é permitido que essa desculpa possa ser aceite legalmente? Como é possível um partido politico dizer uma coisa para ganhar votos e depois fazer outra completamente diferente? Eu acho que os partidos deveriam ser responsabilizados.
Se no nosso trabalho somos responsabilizados pelo mau desempenho, porque é que um partido promete, define metas e que depois não chega a essas mesmas metas e nada acontece?
Eu acho que todos os partidos que ganhem eleições com mentiras deveriam ser punidos, mas isso sou eu a pensar.
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