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Os Portugueses pagam um elevado número de impostos, seria de esperar que também tivesse um estado social forte, mas porque é que isso não acontece.
Existe muitos motivos para que isso não acontece, vou apenas falar num deles, que será um dos que têm maior peso.
O problema não é o facto do enorme peso que tem o Estado, o problema é como funciona.
Existe vários modelos:
- Existe os países do Norte em que as pessoas descontam e pagam muitos impostos para o estado e que o estado tem um grande peso. E as coisas funcionam bem, a saúde é gratuita, o ensino é gratuito, praticamente não existe pobreza, a taxa de desemprego é muito baixo, a qualidade de vida é muito superior aos países do Sul.
- Existe outros países em que o peso do estado é menor. Ou seja, existe pouca intervenção do estado social. Mas as coisas também funcionam bem, as pessoas contribuem pouco para o estado, tem grandes rendimentos, a taxa de desemprego é baixa e tem uma boa qualidade de vida.
Nestes dois modelos de sucesso podemos tirar as seguintes conclusões lógicas:
1- Nos países em que as pessoas pagam e contribuem mais recebem muito do estado.
2 -Nos países em que as pessoas pagam e contribuem menos recebem menos do Estado.
O que acontece em Portugal é que nós temos os dois exemplos cima incorporados mas pelas piores razões, em Portugal temos o seguinte modelo:
- As pessoas pagam e contribuem mais e recebem menos do Estado.
Mas se pagamos e contribuimos muito para o estado e recebemos pouco, para onde vai o dinheiro?
Esse é um dos grandes problemas de Portugal. Nos países Nórdicos em que as pessoas pagam e e contribuem muito para o Estado, mas que também recebem muito do Estado não existe corrupção, fraudes, desvios de dinheiro, grupos de interesse.... Prova disso foi o mais recente estudo, em que a Dinamarca foi considerada um dos países menos corruptos e Portugal foi considerado um dos Países mais corruptos da Europa.
O que acontece em Portugal é que os contribuintes estão a pagar grande parte da corrupção ( que é muito elevada), por outras palavras, os contribuintes pagam o pouco estado social que existe e pagam o grande número de corrupção que existe.
Na minha opinião só existe uma de duas saídas.
1- Os contribuintes pagarem e contribuírem muito para o Estado social e terem esse retorno ( através do Estado social). E para isso, só é possível se os contribuintes deixarem de financiar a corrupção, ou seja, acabando com a corrupção.
2- Os contribuintes pagarem e contribuírem menos para o Estado e termos menos retorno. E para isso só é possível se os contribuintes deixarem de financiar a corrupção, ou seja, acabando com a corrupção.
Nos dois casos, é necessário acabar com a corrupção.
O que eu não consigo perceber ( e agora vamos ao titulo) é porque é que os partidos de oposição, os sindicatos, as entidades que defendem os trabalhadores e contribuintes não fazem qualquer pressão ou exigem o fim de um dos maiores problemas de Portugal e sem o qual é impossivel evoluir e dai a minha pergunta: Porque é que os sindicatos e partidos de oposição não exigem um combate à corrupção?
Sendo Portugal um dos países mais corruptos da UE será que os partidos da oposição, sindicatos e outros não fazem nada porque também estão inseridos nessa corrupção?
O gabinete anti fraude da UE está a investigar ( já a algum tempo) sobre suspeitas de desvios de fundos vindos da UE nas empresas em que o sr. Passos Coelho era gestor e fundador.
Será que estes resultados vão sair? E porque é que os sindicatos não fazem pressão? Porque é que os outros partidos da oposição não pegam nisso? Será que não importa ou não é relevante o sufeciente ter um primeiro ministro que é suspeito de desviar dinheiro?
Existe um ditado que me parece que se enquadra aqui, "Quem tem telhado de vidro não atira pedras no do vizinho."
" A empresa, que teve Passos Coelho como consultor e gestor, conseguiu, entre os anos de 2002 e 2004, grande parte dos fundos europeus atribuídos à região centro para acções de formação destinadas a funcionários das autarquias locais... Um dos projectos, avaliado em mais de um milhão de euros, tinha como objectivo a formação de funcionários municipais para funções que não existiam. "
"Na mira do OLAF estará também o Centro Português para a Cooperação, organização não governamental que Pedro Passos Coelho ajudou a criar - e que se destinava a desenvolver projectos em países em vias de desenvolvimento, o que nunca terá acontecido - e que teve igualmente acesso a fundos europeus."
Gabinete anti-fraude da UE investiga Tecnoforma no qual os resultados ainda não sairam. Será que essa investigação vai ter resultados (a fovor ou contra Passos Coelho, o importante é ter resultados e que sejam reais). Sendo o principal suspeito desta fraude o primeiro ministro, não se deveria dar uma importancia maior a este caso? O que está aqui em causa é de um suposto corrupto a governar um País (ok, na verdade isso faz parte da normalidade da politica).
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