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Acabei de ler uma noticia na rr e não é que o sindicato (segundo a noticia) consideram 100 mil euros uma esmola.
A noticia refere que o governo quer limitar até 100 mil euros o valor das indemenizações da funcionários da função pública da carreira tecnico superior.
Mas situação surpreende o Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado. A sindicalista Helena Rodrigues garante que o STE não recebeu qualquer documento sobre esta matéria mas desde já rejeita as intenções do Governo.
“É absolutamente inaceitável que se faça coacção sobre qualquer grupo de trabalhadores para eles aceitarem uma esmola para irem para o desemprego. Aquilo que gostávamos mesmo era que o Governo pedisse aos dirigente dos ministérios que fizessem um levantamento de como é que podem pôr os serviços a funcionar melhor e não como é que as pessoas podem ir embora, porque isso é com certeza um pior serviço público”, garante a sindicalista.
Eu nunca pensei que um funcionário ao ser despedido pudesse receber 100 mil euros de indemnização, mas a verdade é que isso deve acontecer com muita frequência.
Já manifestei a minha opinião sobre os funcionários públicos, acho que existe a necessidade de despedir funcionários, grande parte por justa causa, ou com indemnizações justas e não com o objectivo de a pessoa ficar rica ao ser despedido.
Esses despedimentos que devem acontecer, deveriam ser de acordo com as competências e o trabalho realizado ( avaliações de trabalho), de modo a que os melhores e mais competentes possam ficar, e que aqueles que pouco ou nada fazem e que estão apenas a comer o dinheiro do Estado sejam despedidos (que ainda devem ser muitos), uns por justa causa outros com indemnizações justas.
Por não falar da quantidade de funcionários corruptos que ainda estão no estado e que deveriam ser despedidos por justa causa e se alguém deveria indemnizar seriam esses funcionários.
E talvez assim, ao despedir os funcionários incompetentes e pouco produtivos, despedir os corruptos, criar um sistema de avaliações eficaz, talvez seja uma forma de meter os serviços públicos a funcionar melhor.
E quem sabe se não iria evitar coisas deste tipo:
Os Portugueses pagam um elevado número de impostos, seria de esperar que também tivesse um estado social forte, mas porque é que isso não acontece.
Existe muitos motivos para que isso não acontece, vou apenas falar num deles, que será um dos que têm maior peso.
O problema não é o facto do enorme peso que tem o Estado, o problema é como funciona.
Existe vários modelos:
- Existe os países do Norte em que as pessoas descontam e pagam muitos impostos para o estado e que o estado tem um grande peso. E as coisas funcionam bem, a saúde é gratuita, o ensino é gratuito, praticamente não existe pobreza, a taxa de desemprego é muito baixo, a qualidade de vida é muito superior aos países do Sul.
- Existe outros países em que o peso do estado é menor. Ou seja, existe pouca intervenção do estado social. Mas as coisas também funcionam bem, as pessoas contribuem pouco para o estado, tem grandes rendimentos, a taxa de desemprego é baixa e tem uma boa qualidade de vida.
Nestes dois modelos de sucesso podemos tirar as seguintes conclusões lógicas:
1- Nos países em que as pessoas pagam e contribuem mais recebem muito do estado.
2 -Nos países em que as pessoas pagam e contribuem menos recebem menos do Estado.
O que acontece em Portugal é que nós temos os dois exemplos cima incorporados mas pelas piores razões, em Portugal temos o seguinte modelo:
- As pessoas pagam e contribuem mais e recebem menos do Estado.
Mas se pagamos e contribuimos muito para o estado e recebemos pouco, para onde vai o dinheiro?
Esse é um dos grandes problemas de Portugal. Nos países Nórdicos em que as pessoas pagam e e contribuem muito para o Estado, mas que também recebem muito do Estado não existe corrupção, fraudes, desvios de dinheiro, grupos de interesse.... Prova disso foi o mais recente estudo, em que a Dinamarca foi considerada um dos países menos corruptos e Portugal foi considerado um dos Países mais corruptos da Europa.
O que acontece em Portugal é que os contribuintes estão a pagar grande parte da corrupção ( que é muito elevada), por outras palavras, os contribuintes pagam o pouco estado social que existe e pagam o grande número de corrupção que existe.
Na minha opinião só existe uma de duas saídas.
1- Os contribuintes pagarem e contribuírem muito para o Estado social e terem esse retorno ( através do Estado social). E para isso, só é possível se os contribuintes deixarem de financiar a corrupção, ou seja, acabando com a corrupção.
2- Os contribuintes pagarem e contribuírem menos para o Estado e termos menos retorno. E para isso só é possível se os contribuintes deixarem de financiar a corrupção, ou seja, acabando com a corrupção.
Nos dois casos, é necessário acabar com a corrupção.
O que eu não consigo perceber ( e agora vamos ao titulo) é porque é que os partidos de oposição, os sindicatos, as entidades que defendem os trabalhadores e contribuintes não fazem qualquer pressão ou exigem o fim de um dos maiores problemas de Portugal e sem o qual é impossivel evoluir e dai a minha pergunta: Porque é que os sindicatos e partidos de oposição não exigem um combate à corrupção?
Sendo Portugal um dos países mais corruptos da UE será que os partidos da oposição, sindicatos e outros não fazem nada porque também estão inseridos nessa corrupção?
O gabinete anti fraude da UE está a investigar ( já a algum tempo) sobre suspeitas de desvios de fundos vindos da UE nas empresas em que o sr. Passos Coelho era gestor e fundador.
Será que estes resultados vão sair? E porque é que os sindicatos não fazem pressão? Porque é que os outros partidos da oposição não pegam nisso? Será que não importa ou não é relevante o sufeciente ter um primeiro ministro que é suspeito de desviar dinheiro?
Existe um ditado que me parece que se enquadra aqui, "Quem tem telhado de vidro não atira pedras no do vizinho."
" A empresa, que teve Passos Coelho como consultor e gestor, conseguiu, entre os anos de 2002 e 2004, grande parte dos fundos europeus atribuídos à região centro para acções de formação destinadas a funcionários das autarquias locais... Um dos projectos, avaliado em mais de um milhão de euros, tinha como objectivo a formação de funcionários municipais para funções que não existiam. "
"Na mira do OLAF estará também o Centro Português para a Cooperação, organização não governamental que Pedro Passos Coelho ajudou a criar - e que se destinava a desenvolver projectos em países em vias de desenvolvimento, o que nunca terá acontecido - e que teve igualmente acesso a fundos europeus."
Gabinete anti-fraude da UE investiga Tecnoforma no qual os resultados ainda não sairam. Será que essa investigação vai ter resultados (a fovor ou contra Passos Coelho, o importante é ter resultados e que sejam reais). Sendo o principal suspeito desta fraude o primeiro ministro, não se deveria dar uma importancia maior a este caso? O que está aqui em causa é de um suposto corrupto a governar um País (ok, na verdade isso faz parte da normalidade da politica).
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